Roupas bonitas não necessariamente significam que são as roupas certas para a nossa vida. Ter uma identidade visual segura e consistente não significa usar a mesma coisa todos os dias, como se fosse um uniforme, mas também não significa ter as roupas mais fantásticas do mundo que não saem de dentro do armário. Um armário bom tem que combinar com a vida que a gente leva!

Um bom armário tem um monte de peças lindas, que a gente ama usar, e que combinam de verdade com a vida que a gente leva. Se o seu armário é cheio de peças incríveis, mas vestir-se toda manhã é um martírio, o diagnóstico pra isso é um só: tem muita gente que compra roupas pra vida que gostaria de viver, e não pra vida que vive! Quando este é o caso, acabamos usando sempre as mesmas 5 ou 10 peças que realmente se adequam à vida que vivemos e, quanto mais compramos, menos opções temos.
Vivi uma época assim, de armário abarrotado de peças lindas que ficavam apenas lá, desperdiçando espaço e dinheiro. Muitas roupas foram doadas ou vendidas ainda com etiqueta, porque elas simplesmente não se encaixavam no meu estilo de vida! É por isso que uma edição de armário é tão importante: é muito mais fácil um consultor de estilo enxergar que essas roupas não terão oportunidades reais de sair de casa, porque não temos o envolvimento emocional! Do mesmo modo, o consultor de estilo orienta as suas compras para o que realmente será funcional, ao invés de continuarmos insistindo em comprar o que não cabe no nosso estilo de vida.
Se você é uma mulher com uma carreira que toma conta de grande parte da sua vida, não adianta só comprar peças confortáveis de usar no final de semana. Se você é uma mulher que mal sai à noite, não adianta lotar o armário com peças de noitada. Se você trabalha em home office, não vale a pena encher o armário de roupas formais. Ou ainda: se você é uma mulher que não gosta muito das próprias coxas, não adianta ter só saias, vestidos e shorts curtos. Se você é um homem que trabalha de terno e não suporta usar camisa social aos finais de semana, não adianta ter o armário cheio de opções assim. É um pouco daquela conversa que já tivemos sobre o armário cápsula, já que é preciso avaliar cada atividade da nossa rotina pra que o nosso armário atenda às necessidades do dia a dia e facilite o nosso vestir.
Mais uma vez, nós precisamos fazer um exercício de autoconhecimento. Pra construir um armário que funcione de verdade pra gente, é bom começar fazendo as seguintes perguntas:
- qual é a vida que eu levo?
- qual é o “código de vestir” do meu trabalho?
- quais são as minhas atividades aos finais de semana?
- eu sinto mais frio ou calor?
- onde eu moro, as estações do ano são bem definidas?
- eu sou mais do dia ou da noite?
Tudo isso não significa que uma pessoa que é workaholic precise ter somente roupas cinzas e pretas e chatas, ou que quem passa seus finais de semana cercado de crianças não possa ter um pouco de glamour nas suas roupas casuais, ou quem adora uma noitada só vai ter sapatos de saltos altíssimos. O importante é, como sempre, encontrar o equilíbrio pra não desperdiçar e nem acumular o que não tem necessidade!
Esses são alguns exemplos de uma linha de raciocínio pra fazer com que a gente reflita e analise o nosso estilo de vida junto com a nossa personalidade e o nosso gosto pessoal. Desse modo, será mais fácil montar um armário inteligente, que funcione de verdade pro nosso dia a dia, sem deixar de lado o que faz o coração bater mais forte e o olho brilhar, mantendo o foco na função e na versatilidade!