A importância da década de 1920 e as tendências que ainda usamos, 100 anos depois

O médico e sociólogo norte-americano Nicholas A. Christakis estima que, a partir de 2024, viveremos os “loucos anos 20” do século 21. Segundo Christakis, a pandemia da Covid-19 – a maior desde o fim da Gripe Espanhola – deve ter seu fim. E, como aconteceu há um século e também ao final da Peste Negra, um novo mundo deve se abrir. A década de 1920 é menos estudada do que deveria, e foi determinante para a nossa História – no Brasil e no mundo.

No Brasil, a década de 1920 começou, na verdade, em 1919 – mais precisamente, no Carnaval (ver a obra de Ruy Castro “Metrópole à beira-mar: o Rio moderno dos anos 20“, da Companhia das Letras). Uma vez controlada a Gripe Espanhola, que se abateu sobre o Rio de Janeiro (então capital da República) como em nenhum outro lugar do Brasil, o Rio voltou às ruas para a festa que é o maior espetáculo da Terra. Este tema, inclusive, foi celebrado pela G.R.E.S. Unidos do Viradouro com o enredo “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria” no Carnaval de 2022 – o primeiro desfile “pós-pandêmico” das escolas de samba, que consagrou a Acadêmicos do Grande Rio como grande campeã, após desfile histórico.

Erika Januza, rainha da bateria da Viradouro, à frente dos ritmistas na Sapucaí | Foto: Marcos Serra Lima/G1

Contexto histórico

Ao longo da década de 1920, entre crises políticas e reformas urbanas, a cidade do Rio de Janeiro viveria uma verdadeira revolução nos hábitos e costumes. As mulheres começavam a se sentir livres para subir as bainhas das suas saias, tomando as femme fatales do cinema mudo de Hollywood como modelo de comportamento. Por sua vez, os homens imitariam os galãs do cinema. Quando se trata do poder revolucionário e do estilo decadente da moda da era Gatsby, é inegável a agitação alimentada pela liberdade da década de 1920. Vestidos melindrosos com colares de pérolas, boás de penas, chapéus clochê, a radical e andrógina silhueta garçonne da Chanel… Foi uma época de abandono selvagem, de novos cortes de cabelo, bainhas mais curtas e trajes de festa ousados.

Lois Chiles em O Grande Gatsby (1974) | Foto: Paramount/Kobal/Rex/Shutterstock

Carmen Miranda, que seria a maior cantora do Brasil na década de 1930 e nossa primeira estrela internacional, daria início à sua carreira em 1929. O Copacabana Palace e a Cinelândia, alguns dos marcos da cidade do Rio, foram erguidos nesta década, no momento em que a cidade começou a se lançar para o mundo.

Carmen Miranda | Foto: G1/Reprodução

Em São Paulo, aconteceu a Semana de Arte Moderna de 1922, o evento paradigmático que objetivava instituir temas brasileiros e uma modernização das linguagens artísticas. É impossível falar sobre a cultura de nosso país e não fazer correlação ao Modernismo, um movimento de liberdade em relação às artes, à cultura e à literatura. 

A Semana de 1922 teve pouca repercussão na época, precisando da chancela de artistas e figuras consagradas da cultura e da inteligência do Brasil para se legitimar. Apesar da participação, por exemplo, do maestro Heitor Villa-Lobos, maior compositor clássico do Brasil, a Semana de 22 acabou marcada por seus personagens paulistas, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.

Cartaz de divulgação da Semana de Arte Moderna | Foto: Le Monde Diplomatique Brasil/Reprodução

Após a Semana de Arte Moderna de 22, músicas, danças, peças teatrais e livros que, antes, eram inspirados nas tendências europeias, começam a retratar mais a realidade brasileira. Além disso, a Semana de 22 colaborou para o surgimento de revistas, manifestos, movimentos artísticos e técnicas inovadoras.

No mesmo ano, foi criado o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que seria determinante na nossa História, ainda que tenha passado boa parte dela na ilegalidade. Também conhecido como “Partidão”, o PCB lideraria, em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) no evento conhecido como Intentona Comunista – e que seria a justificativa perfeita para exaltar os ânimos e fechar o regime em 1937, quando Getúlio Vargas instituiu a ditadura do Estado Novo (que durou até 1945). Em 1946, com a volta da democracia, o PCB é colocado na ilegalidade, e só recupera seus direitos legítimos com a volta do pluripartidarismo, durante a abertura política.

Em 05 de julho de 1922, um grupo de tenentes se rebelou no Rio de Janeiro após a prisão do ex-presidente e marechal Hermes da Fonseca, determinada pelo presidente Epitácio Pessoa. Sua prisão foi o estopim para o levante que já estava planejado, em razão da insatisfação com as condições de vida, o analfabetismo, a falta de representatividade política em um país que começava a se modernizar e queria se desenvolver, e também por conta da precariedade do Exército brasileiro à época, a primeira instituição a unir o país depois da Guerra do Paraguai e que também derrubou a monarquia, instituindo a República. A revolta tenentista entraria pra História como o “Levante dos 18 do Forte de Copacabana”, os únicos a resistir à pressão do governo, ainda que este número seja impreciso, diante da censura a que foram submetidos os jornais à época.

Já em 1924, houve o levante das tropas de São Paulo, com o maior banho de sangue já vivido pela capital paulista. A revolução opôs parte dos militares ao presidente Artur Bernardes que, em seus quatro anos à frente da presidência, governou o Brasil sob estado de sítio. O combate durou 23 dias, deixou 500 mortos e mais de 5 mil feridos.

Em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque dá início a uma incomparável crise do capitalismo, mergulhando os Estados Unidos no que seria conhecida como a Grande Depressão (que durou até 1933). O Brasil vê o café, seu principal produto, que sustentava o poderio político das oligarquias paulistas, se dissolver no exterior. A crise, somada às insatisfações de uma década e à denúncia de fraude nas eleições de 1930, levaria a uma série de conflitos, que resultariam na Revolução de 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, aliado a outras oligarquias e aos militares dos movimentos tenentistas.

A moda dos anos 1920: o contexto cultural

Para realmente apreciar as grandes mudanças na moda que ocorreram nos agitados anos 20, é importante primeiro compreender o cenário. Após o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, as mulheres no Reino Unido finalmente receberam o direito de votar (ainda que com restrições, como a necessidade de ter pelo menos 30 anos de idade), com o mesmo acontecendo nos Estados Unidos em 1920 – no Brasil, as mulheres só conquistaram o direito de votar na década seguinte, em 24 de fevereiro de 1932.

Depois da tristeza dos anos da Primeira Guerra Mundial, as economias começaram a crescer, as mulheres passaram a viver de forma mais ousada e extravagante (adotando, por exemplo, os cortes de cabelo curtos e atrevidos), e a Era do Jazz deu origem a festas divertidas e muito dançantes. Nos EUA, os bares clandestinos (chamados speakeasy) rebelaram-se contra a proibição, e a cena artística explodiu com os talentos de Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Pablo Picasso. Naturalmente, a moda estava no centro da rebelião social, com os couturiers parisienses – principalmente Coco Chanel – abraçando a juventude da época.

As tendências que definiram a década de 1920

Depois de trocar os vestidos da belle époque por macacões masculinos para contribuir com o esforço de guerra (afinal, não dá pra fazer muito trabalho pesado com um espartilho bem amarrado), as mulheres mudaram radicalmente com relação às roupas que estavam dispostas a usar após a Primeira Guerra Mundial. Espartilhos apertados ​​e saias rodadas estavam fora de moda, sendo substituídos por formas elegantes e cortes relaxados. Naturalmente, é o vestido melindroso que chega até os joelhos que continua sendo o símbolo máximo da moda dos anos 1920, com cinturas baixas, saias plissadas e enfeites art déco adicionando glamour para a cocktail hour.

Alden Gay usando um vestido Chanel brilhante em uma edição da Vogue de 1924. | Foto: Edward Steichen/ Condé Nast via Getty Images

É claro que Coco Chanel desempenhou um papel importante na transformação dos guarda-roupas ao longo da década. A célebre parisiense trocou os tecidos pesados por camisas esportivas luxuosas e cortes quadrados, acendeu a tendência de bijuterias extravagantes (como pérolas falsas e pingentes), lançou o clássico vestidinho preto em 1926 e inspirou calças femininas “na moda” enquanto usava, ela mesma, um par nas suas férias em Deauville.

Mas não foi apenas Chanel que desenhou as tendências dos anos 1920. A competição veio de seus contemporâneos, incluindo Jeanne Lanvin, conhecida por seus vestidos chemise enfeitados; Paul Poiret, responsável pela introdução de calças harém boêmias no conjunto de estilo artístico; e Elsa Schiaparelli – a maior rival da Chanel – que desenhou o vestido de festa speakeasy (um vestido de festa com bolsos camuflados dos que poderiam esconder habilmente um frasco de bebida).

Graças às bainhas mais curtas e aos avanços na tecnologia dos tecidos, as meias tornaram-se uma grande tendência entre as jovens brilhantes, disparando as vendas de meias e collants decorativos. Os trajes de banho também diminuíram, enquanto os saltos ficaram mais altos e os casacos mais volumosos, com detalhes em pele verdadeira, tornaram-se uma assinatura da alta sociedade.

As musas: ícones do estilo dos anos 1920

Josephine Baker | Foto: Getty Images

Quando se trata de musas inspiradoras da moda, os anos 20 não decepcionam. Um dos maiores ícones do estilo da década de 1920, Josephine Baker não era apenas uma dançarina fenomenal em Paris, mas também uma ativista.

Marlene Dietrich | Foto: Imagno/Hulton Archiv via Getty Images

Dietrich se tornou uma das atrizes de cinema mudo mais famosas da época e resumiu o auge da moda nos anos 20 e 30. Já na era dos filmes falados, sua fama continuou, e suas escolhas de moda tornaram-se ainda mais ousadas. Quando se fala em ternos para mulheres, sempre encontraremos uma referência de Dietrich.

Marie Prevost | Foto: Universal History Archive/UIG via Getty Images

A atriz de filmes mudos Marie Prevost tipificou o estilo melindroso e tornou-se especialmente reverenciada depois de estrelar a adaptação cinematográfica de Belos e Malditos (The Beautiful and Damned), de F. Scott Fitzgerald.

Anna May Wong | Foto: George Rinhart/Corbis via Getty Images

A primeira atriz asiático-americana de Hollywood foi Anna May Wong, coroada a mulher mais bem vestida do mundo. Wong foi responsável pela introdução do vestido cheongsam nos círculos da moda ocidental.

Bessie Smith | Foto: Edward Elcha/Michael Ochs Archives via Getty Images

A cantora de blues Bessie Smith foi uma das artistas mais bem-sucedidas de sua geração, mas tornou-se igualmente conhecida por seus extravagantes trajes de palco.

Evelyn Brent | Foto: Hulton-Deutsch Collection/Corbis via Getty Images

Uma verdadeira girl boss, Evelyn Brent (retratada aqui de calças, que ainda eram consideradas controversas mesmo em 1929) era uma atriz ousada que estrelou o primeiro filme de “gângster” de Hollywood. Fora das telas, ela era conhecida por seus chapéus clochê, enfeites de penas e olhar gélido.

Colleen Moore | Foto: Edward Steichen/Condé Nast via Getty Images

A atriz comediante Colleen Moore foi uma das primeiras a cortar o cabelo curto, inicialmente por seu papel no filme de 1923, Flaming Youth. O filme continuaria a consolidar o termo “melindrosa” e a pressionar pela aceitação da liberdade recém-descoberta das mulheres.

Coco Chanel | Foto: Getty Images

Uma mulher que dispensa apresentações, embora você possa não reconhecê-la nesta foto: Coco Chanel. Mesmo na década de 1920, Chanel criava as roupas que ainda queremos usar hoje – veja seus sapatos de dois tons, tricôs soltinhos, colares de pérolas e estampas incompatíveis. O visual de Coco simplesmente não sai de moda.

Greta Garbo | Foto: Marc Wanamaker/Hulton Archive via Getty Images

O estilo de Garbo fez com que mulheres em todos os lugares lutassem para recriar sua magia. Sua popularidade como atriz de cinema mudo era tão poderosa que o estúdio MGM atrasou a introdução do som em suas produções.

Joan Crawford | Foto: Ruth Harriet Louise/John Kobal Foundation via Getty Images

Até mesmo F. Scott Fitzgerald reconheceu o status de Crawford como “o melhor exemplo de melindrosa”. Ela era uma amante do brilho art déco à noite e das formas um tanto controversas, inspiradas na moda masculina da Chanel, durante o dia, e seu estilo foi imitado por inúmeras mulheres.

Louise Brooks | Foto: Silver Screen Collection via Getty Images

Louise Brooks pode não ter sido a primeira a usar um bob curto e reto, mas ela certamente se tornou uma garota-propaganda do corte. Seu estilo era ousado e muitas vezes desafiador – assim como sua carreira como estrela de cinema mudo.

Clara Bow | Foto: Shutterstock

Clara Bow foi uma das poucas atrizes talentosas do cinema mudo que conseguiu manter seu status depois que os “talkies” foram introduzidos na indústria cinematográfica. Seu comportamento atrevido, timing cômico e natureza entusiasmada foram particularmente apreciados pelos diretores, mas seu estilo festeiro e sua saúde mental frágil a colocaram em uma posição vulnerável durante os anos mais selvagens de Hollywood. Ela foi considerada uma das primeiras It girls e abriu caminho para a moda melindrosa.

Zelda Fitzgerald | Foto: Photo12/UIG via Getty Images

Sem dúvida, a garota mais famosa dos anos 20 foi Zelda Fitzgerald. Seu guarda-roupa e estilo de vida extravagante e festivo fizeram dela um hot topic, enquanto sua personalidade vivaz capturava o clima da época.

A moda dos anos 1920 no cinema atual: Animais Fantásticos e Onde Habitam

Ilustrações de Warren Holder e designs de Colleen Atwood; Fotos: Warner Bros. Pictures

Colleen Atwood desenhou figurinos para filmes ambientados na década de 1920 (Chicago) e em mundos de fantasia distantes (Alice no País das Maravilhas, Into the Woods). Quando a então três vezes vencedora do Oscar foi contratada para vestir o novo universo de J.K. Rowling, iniciado com “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, ela foi capaz de fundir seus conhecimentos para criar um guarda-roupas da década de 1920, correto para a época, mas com toques caprichosos para os bruxos que os usavam, rendendo-lhe mais um Oscar de Melhor Figurino.

“Fiz muitos chapéus clochê, por exemplo, mas em vez de apenas colocar a coroa redonda como normalmente fazem, torci o tecido para que a parte de cima ficasse pontuda”, explicou Atwood à Vanity Fair. “Foi muito divertido pegar o formato de chapéu dos anos 20 e dar um toque especial a esse mundo mágico. Fiz isso também com as capas masculinas e femininas – que eram bastante pesadas naquela época. Dei-lhes um pouco mais de saia para dar um pouco de leveza, para que pegassem ar. Eles não andavam de capa, mas seus casacos tinham uma leveza que evocava um movimento semelhante.”

Atwood disse à Vanity Fair que o maior desafio para ela neste filme foi descobrir o visual do personagem de Eddie Redmayne, Newt Scamander – o “magizoologista” e protagonista deste mundo que antecipa as aventuras de Harry Potter. Como “ele era realmente o novo rosto do filme” e da franquia, qualquer figurino que Atwood escolhesse acabaria nas telas de todo o mundo nos próximos anos – sem mencionar outdoors e mercadorias.

Ilustração de Warren Holder e design de Colleen Atwood; Foto: Warner Bros. Pictures

“Neste filme, as meninas trocam de roupa uma vez quando entram no speakeasy. Mas no elenco principal não há muitas mudanças de figurino”, explicou Atwood à Vanity Fair. “Nesse caso, o figurino de Newt tem que dizer quem ele é muito rapidamente, porque você não pode evoluir o personagem através de mudanças de figurino como faria normalmente…” Era preciso acertar a silhueta imediatamente.

Segundo Atwood, ele tinha que ser capaz de se mover rapidamente, e fazer muitas coisas com o casaco. Assim, a estilista afrouxou a silhueta do típico sobretudo dos anos 20 para dar mais fluidez ao personagem. “Eu senti como se ele fosse um pássaro ou um de seus animais fantásticos. Eu queria que ele parecesse comum no mundo, mas também fosse excepcional de uma forma sutil.”

Atwood conseguiu isso vestindo Newt com uma cor profunda de pavão – justaposta ao marrom de seu colete e aos tons quentes e opacos que estavam em voga na década de 20. Além da combinação descoordenada, ela deixou as roupas dele mal ajustadas o suficiente para adicionar um pouco de peculiaridade ao personagem. Atwood também aprimorou o casaco com uma característica especial de bruxo: “Colocamos todos os tipos de bolsos, onde ele poderia guardar poções e curas e, claro, alguns de seus amiguinhos. A maioria dos bolsos secretos está dentro do casaco, então [o público] vê muito pouco deles, mas todos têm uma razão para estar lá.”

Atwood conseguiu incorporar mais capricho na hora de vestir as irmãs Goldstein, Tina (Katherine Waterston) e Queenie (Alison Sudol), e suas personalidades muito diferentes. “O vestido em que vemos Queenie pela primeira vez é uma versão de vestido de bruxa, mas com um toque dos anos 20 e um pouco de diversão sedutora”, explicou Atwood. O casaco que Atwood desenhou para Queenie foi tecido com quase 10mil metros de fio de seda, em todos os diferentes tons de pêssego. “Achei que parecia um pôr do sol ou nascer do sol, com um elemento de ar e luz que gostei para Queenie.”

“Tina é uma garota moderna, então tomei a decisão de colocá-la de calça desde o início. Não era tão comum naquela época, mas existia. E embora ela tenha sido expulsa das equipes de Aurores, ela ainda usa facetas dos casacos de couro que eles usam, então eu dei a ela um casaco de pano com uma gola bem grande, para que ela pudesse abaixar a cabeça e fazer qualquer tipo de ação furtiva que ainda é quem ela é em seu coração,” declarou Atwood à Vanity Fair.

Atwood teve uma experiência igualmente divertida ao vestir Colin Farrell, que interpreta Percival Graves, o diretor de Segurança Mágica da MACUSA. “Foi ótimo fazer dele esse personagem super bruxo”, disse Atwood à Vanity Fair. “Eu queria que ele se sentisse poderoso e realmente tivesse uma fantasia que lhe desse presença e o diferenciasse das outras pessoas – então exagerei em certas coisas, como o comprimento de suas botas e de seus ombros. E eu encontrei um pedaço incrível de caxemira que era preto, mas tinha uma pequena mancha metálica – um fio metálico de lurex – nele [casaco], que você não vê no filme. Não era brilhante, mas tinha um toque de brilho. Era um peso tão grande que ele poderia movê-lo, e ele fluiria com ele e lhe daria esse poder. Ele estava feliz com seu figurino. Ele usou bem e gostou de usá-lo.”

No total, Atwood estima ter criado 1.000 figurinos para o filme. Atwood teve que literalmente vasculhar o mundo para encontrar fantasias dos anos 20 suficientes para caber nos extras – coletando aluguéis e achados em mercados de pulgas da Itália, Los Angeles, Nova York, Inglaterra, França e outros lugares. No final, mesmo que as vestimentas extras tenham vindo de todo o mundo, ela disse que o resultado ficou perfeito para a estética do filme.

“O diretor, David Yates, queria capturar o tipo de energia frenética de Nova York em um momento em que havia uma explosão de pessoas de todas as etnias vindas de todo o mundo”, explicou Atwood. “Adoro os anos 20 – foi uma época importante de otimismo e mudança na América, antes da Depressão… uma época de excessos loucos em todos os sentidos,” declarou Atwood à Vanity Fair.

Anos 1920 pra usar agora

saia plissada na C&A
meia calça na Lupo
casaco oversized Max Mara no Net-a-Porter
vestidinho preto na Animale
vestido de tricô e lurex na Animale
sapatilha bicolor na Arezzo
sapatilha bicolor boneca na Arezzo

Um século depois, pode ser surpreendente saber que, talvez sem perceber, ainda fazemos referência constante a esta década nos nossos guarda-roupas. Não só ainda usamos muitas tendências criadas naquela época rebelde, mas também os anos 20 ainda são usados como inspiração para as últimas coleções das grandes maisons.

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